Editores


DÉRCIO BRAÚNA [1979], escrevente de coisas sentintes, é filho das terras cearenses de Limoeiro do Norte, cria de um pequeno lugar chamado Córrego de Areia, onde mãos amanham barro, cultivam o agridoce e espinhoso sumo para sustendo de suas necessidades, lavram a terra e a vida. Leitor tardio, é ainda faminto desse ato de fazer conversar pensamentos, imaginações. Apaixonou-se, já há tempo, por outras águas e terras, por outros olhares sobre o viver, por outras "imaginografias" (africanas, moçambicanas), sobre as quais tem andado a debruçar-se. Deu escritura a sentires e pensares:  [poesia] O pensador do jardim dos ossos (Expressão Gráfica, 2005), A selvagem língua do coração das coisas (Realce editora, 2006), Metal sem húmus (7Letras, 2008), Aridez lavrada pela carne disto (Confraria do Vento, 2015); [contos] Como um cão que sonha a noite só (7Letras, 2010); [história] Uma nação entre dois mundos: questões pós-coloniais moçambicanas na obra de Mia Couto, Nyumba-Kaya: Mia Couto e a delicada escrevência da nação moçambicana (Alameda Editorial, 2014), [Cadernos de Pensar – História] Assombração da História (Beleatur, 2015). Consumido por sua paixão, segue remoendo na reflexão os fios que cruzam, os nós que emaranham a literatura e a história, sobretudo nos ditos tempos e espaços pós-coloniais. Segue também escrevinhando, espiando seu tempo, fabricando a ordinária e necessária vida que temos. Dos tantos dizeres que hão sido ditos, gosta de partilhar estes dois: 1) "A escrita não pode esquecer a infelicidade de onde vem a sua necessidade", este de um pensador francês (Michel de Certeau de seu nome); 2) "O mundo é tão bonito e eu tenho tanta pena de morrer", este duma camponesa portuguesa analfabeta (Josefa Caixinha de seu nome, avó de um senhor escrevente, de nome José Saramago). Quiçá estes gostos que tem ajudem a compreender porque entenda que escrever é desassosegar. Seu website: http://www.derciobrauna.com/.



WEBSTON MOURA é poeta. Sob o encanto de imagens, conduz uma ave por entre o árido e o sonho. Percorrem-lhe velocidades imensas e levezas de outrora. Lírios, carrapichos e margaridas beijam-lhe os olhos e o olfato. Nascido sob o signo da pedra viril, do sol inarredável e das plantas apoucadas da caatinga, sabe a si, em primeiro, como esse bicho que, desidratado, abre o olho austero ante a ária aquática possível, que em beijo se lhe dá enquanto OVNIs discretos lhe observam. Gosta muito de música e enxerga na arte, como um todo, uma das trincheiras onde defender a amorosidade essencial ao ser humano e à vida. É natural de Morada Nova, mas cresceu em Limoeiro do Norte e mora em Russas, no Vale do Jaguaribe, Ceará. Publicou Encontros imprecisos: insinuações poéticas (Imprece, 2006). Com o poema "A pronúncia da minha língua pela tua flor" e o conto "A vida carpida entre os dentes", participou da revista PARA MAMÍFEROS (Fortaleza, Nº 3, Ano 3, 2011). Com o poema "Enquanto o muçambê delira a meus olhos", participou da Revista do Instituto Cultural do Oeste Potiguar - ICOP (Nº 16, setembro de 2012). Um outro seu poema, "Impressões", foi publicado na coletânea "Poemas de Mesa", do Ideal Clube (Fortaleza, 2010). Teve ainda poema publicado no projeto Trânsito de Leituras [http://transitosdeleituras.blogspot.com.br/]. Mantém o blog Arcanos Grávidos - poesia & outras águas. Por formação, é Tecnólogo de Frutos Tropicais.


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INSINUAÇÃO [Webston Moura]

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